Fiquei extasiada com a notícia... Sim, pois Matisse no Brasil, em Setembro, preencherá uma lacuna no repertório cultural dos brasileiros, ainda mais no Ano da França no Brasil.
A individual de Matisse resulta de um esforço de negociação só possível agora que construimos uma tradição de grandes mostras. Temos leis de incentivo e credibilidade aos grandes museus do mundo. A expectativa é tão alta que a entrada da Pinacoteca será reformada. Soube disso hoje, quando fui à Pinacoteca, atrás de informações sobre a individual. Uma temporada de ouro para as artes plásticas no Brasil.
Com cerca de 80 obras, entre elas 12 fotografias e um filme - em que o artista aparece desenhando, em câmera lenta -, a mostra se impõe como o evento mais importante das comemorações do Ano da França no Brasil.
Bom, eu tenho um caso de amor com a Pinacoteca e com Matisse. A individual não poderia ter um lugar melhor... Eu visitei a Pinacoteca oito vezes em quarenta dias para tomar uma das maiores decisões da minha vida. As exposições À Procura de Um Olhar e Last Minute foram o meu "voto minerva"... Já Matisse... Bom, tive contato com Matisse um pouco tarde. O conheci quando trabalhava em uma joalheria que se inspirou em suas obras para suas coleções e me apaixonei por seu trabalho. Lembro que uma das coleções tinha uma pedra chamada Calcedônia, lilás, pouco conhecida no Brasil. Como tudo tem inspiração em joalheria, lembro que aquele tom de pedra remetia a um crepúsculo no entardecer de primavera em Paris. Ah... Mais tarde eu chamaria isso de "céu de baunilha", expressão bem minha e hoje muito usada pela minha filha.
Um pouco de Matisse...
Para Matisse, uma boa obra de arte era aquela capaz de transmitir equilibrio e serenidade às pessoas. Seguidor à risca de rotinas, acordava cedo, servia-se sempre do mesmo cardápio e às tardes, tinha aulas de violino. Apegado à manias e crenças, acreditava que o convívio com os filhos atrapalhava seu processo criativo.
Matisse é considerado o "gênio das cores". Nunca antes e depois dele um artista aplicou tons sobre a tela de forma tão extasiante. Sua obras tem fortes influências arabescas. Roupas de personagens e planos de cena passaram a ganhar, com frequência, o mesmo desenho, nos mesmos contrastes, e, apesar disso, não se confundem.
Em outubro de 1930, chegava à capa da revista norte americana Time. Nessa mesma época, seu filho Pierre dirigia uma importante galeria especializada em arte moderna em Nova York. Representava seu pai e outros grandes nomes, como Chagall e Miró. Ou seja, Matisse não só tinha prestígio, já nesta época, como andava entre os grandes.
Sem abraçar causas políticas, o pintor atravessou as duas guerras mundiais buscando sempre oferecer prazer por meio de sua arte. Desejava, ainda, que, debaixo das camadas de suas cores fortes, suas criações transmitissem conforto. E há um clima de ócio criativo em seus trabalhos. Matisse respeitava um tempo de maturação de suas figuras. Talvez por isso precisasse de tanto silêncio. Não fez nada com pressa.
E é assim que seu legado deve ser visto para se mostrar em sua totalidade. "Gostaria de captar o frescor da visão característica da juventude, quando tudo no mundo é novo", comentou Matisse certa vez. O mesmo Matisse que, em dado momento da sua carreira, confessou que sofria por não pintar como todo mundo...
Onde e Quando:
Matisse Hoje. Pinacoteca do Estado de São Paulo. De 05/09 à 01/11. R$6,00. Grátis aos sábados. 11/3324-1000.
Nossssa...
ResponderExcluirComo vivo enfiada dentro da empresa em que trabalho, invejo e elogio muito pessoas antenadas como vc.
Gostaria muito de ver esta exposição e como o maridão trabalha, podemos ir juntas...
O que vc acha???
Gostei demaisssssssssssssssss
Demorou!!! Vamos, sim!!!!
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