"Rodin: Do Ateliê ao Museu". No Masp...

Olha, eu sempre digo que tenho um caso de amor com a Pinacoteca e com o Masp... "Eles" sempre me surpreendem... Acabo de ver a exposição "Rodin: Do Ateliê ao Museu", no Masp e estou encantada... Mais um evento querido do Ano da França no Brasil.

Ok. Totalmente diferente das exposições que vi no Guggenhein e Metropolitan de NYC, semana passada, onde tive o privilégio de apreciar Kandinski e Michelangelo, respectivamente. Aliás, Rodin era apreciador de Michelangelo...

A exposição conta com um pouco mais de 20 esculturas e mais de 190 fotografias. Analisei todas. Amante de fotografias, Rodin contratava seus próprios fotógrafos e era muito exigente, chegando a se desentender com vários deles se algo não saía como ele pedia. E o que ele pedia? Ele queria que suas fotografias documentassem seu processo de criação e orientasse o olhar do observador. A maioria das fotografias são em seu atelier ou no jardim da sua casa. Sob seu olhar atento. Fora as suas próprias fotografias: De busto, tocando em sua barba, de perfil. Rodin era vaidoso. Quando conseguia a fotografia perfeita, exclamava: "É o Cristo caminhando no deserto".

Numa mesma obra, numa mesma escultura, Rodin mostrava noções do terminado e do não-terminado e isso também era mostrado em sua fotografias: Meio foto, meio desenho, traçados mais para a memória. "O artista que é verdadeiro e a fotografia, mentirosa"... Palavras de Rodin. Suas obras, a saber, em mármore, gesso e bronze e sempre com seres pensativos, em profundas crises existenciaias e ou amantes apaixonados. Tudo muito estranho.

É a primeira vez que a obra "As Três Sombras", foto acima, sai do Museu Rodin, em Paris. Isso, fruto da nossa maturidade como país de grandes exposições e do estreitamento de laços com a França, em virtude do Ano França no Brasil. Vale a pena conferir a exposição, que irá até o dia 13/12/2009. Entrada gratuita às terças-feiras.