Domingo...

250 ml de café sem açúcar numa xícara que parece só caber 200... E meu domingo começa assim... Eu revirando fotos baixadas e encontro esta. De Walker Evans. Vi sua exposição no Masp, meados do ano passado. A exposição de Robert Frank, que segue a mesma linha de Evans e que era seu amigo, eu vi no Met, no final do ano, também passado. Suas fotos se confundem. Reviro fotos dos dois. Converso com um amigo pela Internet. Ele me indica um álbum qualquer do U2. Sinto saudades da minha filha, que está com o pai e lembro que esta semana não tenho com que deixá-la para trabalhar. Isso me assusta. E meu domingo começa assim...

Só tem um momento em que penso na minha vida, todos os dias: Quando ando exatas três estações de metrô, em direção ao trabalho: Saúde-Praça da Árvore-Santa Cruz. Ainda bem que são só três estações... E minha vida, neste momento, vira uma foto de Walker Evans. Pura introspecção. Evans gostava de fotografar pessoas dentro do metrô. Dizia que lá, as pessoas estavam "desarmadas". Vai ver que no metrô, assim como eu, elas também pensavam em suas vidas. Detalhe: Na saborosa série de anônimos no metrô de Nova York, feita nos anos 40, Evans captou as pessoas em trânsito, sem se deixar perceber. Sua invisibilidade é diretamente proporcional ao grau de naturalidade de seus flagrantes. Toda eu...

Hora do trabalho.............

Volta do trabalho... E mais um pouco de Sílvia dentro de uma foto de Walker Evans. Ok. Ainda bem que são apenas três estações. E penso: "Com quem vou deixar a Be?"
Chego perto de casa e uma criatura que mora perto passa... Não me pergunte como, mas começamos uma conversa ali, bem ali.. Nem eu acreditei que fiz isso... Minha hostilidade nunca deixa eu conversar do nada com ninguém... Começamos um "namoro"... Ela cuidará da minha filha...

Betina chega... Sinto que tudo acabará bem... 250ml de café sem açúcar numa xícara que parece só caber 200.. E meu domingo termina assim...